Capítulo 7- Intolerável

Já estava dia quando chegamos em uma estação antiga chamada Jury. Nos aproximamos com cuidado da cidade para evitar qualquer ameaça.

Havia algumas lojas abandonas pelo local, mas sem nada que pudesse ser aproveitado ali dentro, mas pelo menos serviria de um local para descansar.



A primeira coisa que Michelle e eu fizemos ao adentrar o local foi investigar se não havia indícios de estar “habitado”, afinal não poderíamos correr o risco de algum raider desgraçado aparecer e nos atacar. Mas não havia colchões, marcas, ou qualquer coisa que demonstrasse isso. Na verdade, o local parecia vazio tinha alguns anos. O máximo que encontramos foram algumas radbaratas por aqui e Michelle deu conta de todas elas.

De acordo com o mapa em meu PipBoy, estamos entre Arefu e Megaton que está ao leste de nossa localização, poderemos descansar um pouco por lá, comer alguma coisa e partir finalmente para Citadel.

Michelle finalmente coloca seus equipamentos sobre o chão enquanto senta com as costas viradas para a parede. Ela parece bem cansada, havia sido realmente uma noite muito longa.

- Vamos descansar um pouco Tyller, ainda tem um longo caminho até Citadel.

- Ok, estamos realmente precisando de um descanso.

- Você parece distante Tyller, está tudo bem?

- Sim, eu preciso apenas dormir um pouco.

Mas na verdade eu não estava nada bem. O rosto daquela mulher que havia se suicidado não saia da minha mente. E se fosse minha a mãe naquela situação?

Nós poderíamos ter ajudado, talvez até salvado a vida dela.

Mas poderíamos ter morrido também...

Nossas escolhas são tudo que temos, e realmente deixar aquelas pessoas para morrer realmente me corrói por dentro. Eu sei que meu vault está em perigo, mas se não conseguirmos ajudar nem algumas pobres almas em uma jaula, como poderemos salvar todos nossos amigos?

Pobres almas, mas com pelo menos 15 super mutantes em volta, bem armados e com fome de carne humana...Michelle está certa. Certamente o mínimo que poderíamos fazer é tentar ajuda-los, e o pior que poderia acontecer era terminarmos todos mortos. Infelizmente essa era uma probabilidade muito alta de acontecer e Michelle sabia disso.

Olhando para ela, vejo que está em um sono profundo. DeathClaw, supermutantes e radbaratas, por uma noite isso já é mais do que suficiente.

Talvez ela saiba lidar melhor com a realidade, ela está em missões com os caçadores da noite há muito tempo. Mas as escolhas que fazemos nesse mundo pode nos atormentar para todo sempre. Em cada travesseiro ou rocha que eu deitar para dormir, minha alma vai carregar consigo essa culpa. O olhar daquela mulher... quando ela olhou uma última vez para seus companheiros e decidiu que a própria morte era melhor do que ser esquartejada viva e servir de alimento para aqueles monstros.

Da mesma maneira que precisamos da ajuda da irmandade de aço, aquelas pessoas precisam de ajuda, e infelizmente o depois pode ser tarde demais.

Eu não consigo...simplesmente não consigo. Eu vou voltar lá!!! Não tenho muita experiência aqui fora, mas sou um dos soldados de melhor pontuação dentro do vault. Chegou a hora de assumir realmente quem sou e botar a prova o que eu posso fazer. Minha mãe acreditava em mim e eu acredito em tudo que ela me ensinou.

**************** 1 hora depois ****************************************************************

Eu nem precisei ter muito cuidado na hora de sair daquela loja para não acordar Michelle, ela até roncava. Dormia como uma pedra.

Mas agora com certeza farei a coisa mais idiota ou mais incrível desde que me tornei um caçador da noite. Escolhas...tudo são escolhas.

Me aproximo novamente daquele maldito viaduto e parece tudo muito quieto. Quieto demais. Agora que está dia, não tenho tanta vantagem para me esconder nas sombras. Todo cuidado é pouco.

Mas cadê todos aqueles mutantes? Estariam dormindo? Teriam saído para caçar novamente? Vejo apenas um mutante guardando o local. Muito estranho.
Na jaula agora tem apenas um homem e uma garota durmindo. Maldição!! Qual teria sido o destino daquelas outras pessoas?

Cuidadosamente eu analiso todo o local, mas não vejo sinais de mais ameaças. Talvez a sorte esteja ao meu lado, ou talvez todos os mutantes estejam dentro das casas dormindo.
Eu consigo me aproximar ainda mais da jaula, fico abaixado atrás de um velho carro enquanto o mutante caminha para o outro lado.



Ao me aproximar vejo que a garota lentamente acorda e olha para mim surpresa e em seguidas para os lados a procura de ameaças. Posso ver em seu rosto uma expressão de esperança, e faço sinal de silêncio para ela. O homem também acorda e aponto para o mutante enquanto faço sinal de silêncio com o indicador em minha boca.
Como matar essa sentinela mutante sem fazer barulho?

Ele está andando de um lado para outro, parece farto de seu serviço. Talvez eu pudesse joga-lo daqui de cima. A queda com certeza o mataria, mas seus gritos poderiam chamar a atenção dos outros. Eu devo aguardado momento certo ...

Finalmente o idiota está parado bem próximo de um dos lados do viaduto, olhando para o horizonte buscando por alguma ameaça.  Ele nem imagina que está mais próximo da morte do que nunca.

Eu lentamente pego minha faca de combate e caminho lentamente em direção ao monstro. Meu objetivo é cortar sua garganta e em seguida empurra-lo em uma queda fatal.

Cada vez mais próximo, mais próximo...

Então é chegada a hora ...é agora !!!

Em um rápido movimento eu parto para cima do mutante que finalmente ouve meus passos próximos a ele, e quando finalmente se vira já é tarde demais. Eu salto para cima dele com a faca em mãos. A mesma é cravada em sua garganta. Ele solta seu rifle de caça e coloca ambas as mãos em seu pescoço mortalmente ferido. Engasgando em seu próprio sangue só consigo ouvir alguns grunhidos agonizantes. Por fim o empurro com toda minha força para derruba-lo para a morte certa.

O único barulho foi de seu rifle caindo de suas mãos, mas parece que não chamou a atenção de mais nenhuma ameaça.

Eu volto a jaula o mais rápido possível e olho para todos os lados com receio que alguma coisa pudesse nos atacar.

- Fiquem em silêncio. Eu vim tirar vocês daqui.

A garota chorando agradecia em uma voz bem baixinha, quase que sem emitir som algum:

- Obrigada,muito obrigada, obrigada mesmo!!!

E o homem me alertou:

- Cuidado, há alguns mutantes dormindo nas casas, não faça barulho.

Eu analiso em meu PipeBoy, e realmente há vários indicadores ainda em azul, que marcam algum tipo de vida dentro das casas. Muitos Mutantes estão em próximos de nós. Conversamos quase que sussurando cada palavra.

- Ok, mas ainda preciso abrir essa cela, está realmente difícil.

Não posso ter chegado até aqui para falhar agora, estamos tão próximos de conseguir. Vamos, vamos ...tem que dar certo. Eu pensei ser melhor arrombador em meus treinamentos no vault.

- Consegui!!!!

A expressão em seus rostos é simplesmente indescritível. Há quanto tempo não sorriam trancados aqui nesse lugar. Mas ainda estamos em perigo, precisamos sair daqui o mais rápido possível.

- Venham com cuidado e não façam barulho.

- Ok!!!

Cuidadosamente nos movimentamos para sair dali sem fazer barulho algum. Cada suspiro que dou, olho para trás vendo se não há nada vindo para nos atacar.

- Estamos quase na metade, venham rápido. Temos que sair dali.

- Obrigado estranho, você salvou nossas vidas. Eu sou Carl. Não acreditaria que alguém seria capaz de uma atitude assim nos dias de hoje. Está é minha filha Julia, hoje é tudo que tenho.

- Não me agradeçam até estarmos em segurança. Venham!!!


- Essas coisas mataram minha mãe. Se você tivesse aparecido antes...poderia ter salvado ela.

Quando a garota me disse isso com lágrimas em seus olhos, eu só desejei que não fosse a pobre mulher que havia saltado do viaduto naquela madrugada.

Sinto uma certa angustia em meu coração, assim é Wasteland. Um lugar onde a tolerância com os mais fracos simplesmente não existe. Mas oque ?? Ei espere, o que é aquilo bem distante ?? Mutantes ?!? Não!!!



- Esperem!!! Olhem, parece que um grupo está se aproximando ao sul. Droga são alguns super Mutantes voltando para a cidade. Estão em um pequeno grupo. Estão bem distantes ainda, mas temos que sair daqui agora !!!

- O que faremos?!!??!!?!!??



- Ali, no começo do viaduto, há uma casa abandonada. Vamos correr até lá e nos escondermos até que eles passem.

- E se eles nos virem?????????

- Então lutaremos com eles filha, pois não vamos voltar para aquela jaula nunca mais!!!

- Vamos, rápido!!!

Corremos então até aquela casa com cuidado para não sermos vistos. Meu Pipboy não demonstrou as ameaças pois estavam muito distantes ainda. Estamos em segurança, com certeza não nos viram.

Ao fechar a porta, me viro e presencio um abraço de alívio entre um pai e uma filha que haviam perdido toda a fé em um mundo cheio de desgraças. O pai apenas dizia para usa filha que tudo ficaria bem, enquanto ela chorava em seu ombro. Ela dizia:

- Estão todos mortos pai, todos mortos...snif....snif....

Mesmo não estando em segurança ainda, com toda certeza este foi o momento mais feliz que tiveram em muito tempo. Em seguida a garota vem em direção a mim e diz:

- Obrigada por tudo, eu nunca vou poder retribuir por ter nos salvado...

Finalmente fiz alguma diferença no que restou deste mundo, mas ainda sim estou preocupado com nossa situação, ainda não estamos em segurança. Mas ainda receio que a mãe daquela garota seja a mulher que assombra meus pensamentos. Eu abaixo minha cabeça por um instante e digo para a garota:

- Eu sinto muito, por sua mãe. Realmente tivemos muita sorte com aqueles mutantes lá atrás, eles são impiedosos.

- Sorte? Eles mataram todos nossos amigos bem na nossa frente. Ontem após uma caçada frustrada, voltaram tão famintos e furiosos que acabaram com todos nós, só sobrou eu e minha filha. Eles são a maldição de Wasteland. Uma praga, uma doença que deveria ser erradicada. Meu filho está com irmandade destruindo essas coisas. Mas parece que a cada mutante morto surgem 2 em seu lugar.

- Ei, você disse irmandade de aço ???

- Sim, Willian meu filho se alistou há muitos anos na irmandade. Mas infelizmente não tenho notícias dele tem algum tempo. Moramos próximos a Megaton, mas fomos capturados quando saímos em busca de suprimentos.

- Você jura? Eu estou em busca da irmandade, preciso muito da ajuda deles.

- Ajuda...??? Sinceramente acho que dificilmente a Irmandade o ajudará. Eles enfraqueceram muito nos últimos anos de luta contra os mutantes. É quase impossível deles se envolverem com assuntos de cidadão comuns.

Neste momento a garota olha para mim de um jeito diferente e se aproxima de nós.

- Parece incomum o que eu vou dizer, mas sabia que você me parece muito familiar? Qual é o seu nome?

- Familiar, rs ? Eu me chamo Tyller.

- Nossa, você me lembra alguém. Você se parece muito com a mulher que nos ajudou uma certa vez...

Meus olhos se arregalam e meu coração dispara. Poderia ter sido minha mãe ??? Será que poderia ser ela ??? Finalmente uma pista. Eu seguro elas pelos ombros, enquanto todo o meu corpo treme, e pergunto:

- Como assim ????? O que aconteceu? Você sabe onde ela está?

- Há muito tempo atrás estávamos eu e meu irmão vagando em busca de água por aí quando fomos surpreendidos por um radscorpion gigante. Por sorte uma patrulha da irmandade de aço apareceu e acabaram com o bicho. Foi por isso que Willian se alistou na irmandade.

- Como ?? Quando que aconteceu isso?? O que minha mãe tem com a irmandade ?? Eu preciso saber, você tem que ...

- Fiquem quietos !!! Façam silêncio agora !!!!! A patrulha mutante está próxima. Vamos esperar eles subirem o viaduto em direção de sua cidade e sair logo daqui antes que encontrem as jaulas vazias.

Droga !!! Tantas perguntas para fazer para essa garota. Eu preciso saber mais…Eu tenho que saber mais.

- Fique aqui, temos muito que conversar.

Ela balança a cabeça positivamente pra mim.

Me dirijo rapidamente para uma fresta na parede da casa feita de pedaços de metal, para acompanhar a movimentação dos mutantes, eles estão se aproximando do viaduto.

Mas o que ??? Eles passaram do viaduto. Eles não estavam indo em direção ao viaduto. Eles estão vindo em nossa direção !!! Talvez tenham nos avistado quando viemos para cá.

Não, não, NÃO!!! Tão próximo de sanar tantas dúvidas. Eu tenho que salvar essas pessoas a todo custo. Não podemos morrer aqui, não posso. Não vou permitir.

- Droga, parece que eles estão vindo para cá Tyller, o que faremos agora ???????????

- Eu sei, eu sei !!! Tome essa pistola. Vamos esperar eles se aproximarem ao máximo e faça valer cada tiro. São apenas 5 brutamontes, nós podemos sobreviver a isso.

- Mas eu mal sei usar isso, não nos deixe morrer, você tem que encontrar um jeito.
Novamente a esperança de seus olhos dava lugar ao desespero e angustia. Ele olhava para sua filha desolado. Sua mão tremia muito enquanto segurava a arma que eu acabara de te dar.

Eu realmente não sabia o que fazer. Mesmo se sobrevivermos aos mutantes, os tiros provavelmente iriam chamar a atenção dos outros em Arefu. Não vejo muitas chances de sobreviver a isso tudo.

Tudo que temos são nossas escolhas. Agora me pergunto se realmente Michelle não estava certa. Penso nela dormindo sozinha naquela loja, em todos no Vault, em minha mãe, no meu pai e nas duas pessoas que acabei de salvar as quais não posso garantir suas vidas.

Vou dar tudo de mim... eu tenho que salva-los e tenho que saber o que houve com minha mãe.

3 Mutantes ficaram parados próximos da casa enquanto 2 se movem em nossa direção. 

Parece que eles vão verificar enquanto os outros ficam de prontidão.

Olho para a garota que está novamente chorando. Ela abraça o pai como se fosse a última vez.

- Eu preciso que você seja corajosa agora. Se esconda atrás daquele velho armário destruído. Vai dar tudo certo. E mesmo que aconteça alguma coisa, não saia de lá por nada. Você entendeu?

- Mas pai, e se ...

- Me obedeça!!! Vá!!!!!!!!!

Eu carrego a escopeta de combate e aguardo o mutante que a cada segundo que passa se aproxima ainda mais da porta da nossa casa. Eu faço sinal para Carl ficar com o mutante da direita e ao meu sinal abrir fogo.

Ele balança a cabeça em sinal de positivo. Vejo que a vontade de salvar sua filha é maior que o medo de perder a vida nesse lugar abandonado. Coragem por muitas vezes não é apenas uma atitude, mas sim uma necessidade.

O mutante se aproxima...está bem perto agora, ele lentamente abre porta.

- AGORA CARL!!!

E a batalha finalmente começa. Eu acerto a cabeça do super mutante que explode em miolos e sangue, e rapidamente busco abrigo atrás de uma antiga estante dentro da casa.



Carl ao mesmo tempo atira diversas vezes com sua pistola contra o outro mutante que tenta recuar enquanto dispara com seu rifle de caça. Ferido com pelo menos 8 buracos de balas em seu peito, ele não consegue mirar corretamente e seus tiros não tem chance alguma de nos acertar. Ele ainda consegue dar alguns passos para trás enquanto dispara com sua arma, mas não aguenta e cai sem vida.

Os outros que estavam mais distantes começam a avançar disparando em nossa direção. 

Um dos tiros passa raspando em meu braço esquerdo. Mas dor é um luxo que não posso ter agora. Continuo disparando junto com o Carl de dentro da casa, nos abrigando dos tiros da forma que podemos.

Carl em um tiro de sorte, incrivelmente acerta bem na cabeça de um deles, agora restam só 2.

- Droga Tyler eu fiquei sem munição!!!

- Proteja-se Carl!! Eu tenho uma granada.

Naquele ponto eu não me importava se chamaria a atenção de quem fosse. Eu só queria sobreviver daquilo tudo. Eu tiro o pino e cozinho a granada alguns segundos e respiro fundo. Meu VATS calcula apenas 55% de chance de acerto. Espero que isso seja o suficiente.



Debaixo do tiroteio eu jogo a granada em direção dos mutantes. A explosão fez com que eles fossem lançados por pelo menos 6 metros até caírem mortos. Finalmente os tiros cessam. É quando escuto um choro sútil atrás de mim.

- Pai, pai...por favor pai, você não pode morrer...

Carl havia levado um tiro no peito, e já estava sem vida, seu corpo repousava no chão. 
Julia fecha seus olhos e desaba sobre o corpo em um choro sem controle.

Neste momento começo a ouvir som de tiros novamente, provavelmente os mutantes da cidade ouviram todo o barulho que fizemos aqui.

Eu tento tirar Julia do corpo de seu pai, mas ela insistia em ficar.

- Não, não !!! Me deixe aqui!!!

- Temos que ir Julia, vamos!!!

- Não... snif ...snif...paaai !!!

Os tiros fazem diversos furos por toda a casa. Foi um milagre não termos morrido ainda. Neste momento vejo que não sairemos desse lugar com vida.

Julia finalmente é atingida por um tiro em suas costas.

O mundo todo desaba sobre meus pés. Eu posso ver sua expressão de vida se esvaindo ao cair próxima do corpo de seu pai. Um mutante tenta adentrar o local, mas eu o acerto com um tiro, abrindo um enorme buraco em seu peito.

Para minha surpresa escuto um estrondo de um tiro distante vindo de outra direção, e os tiros em nossa direção de repente cessam. Com certeza é uma arma de longa distância.

O que diabos está acontecendo lá fora?? Outro mutante tenta se aproximar da nossa casa mas tem sua cabeça explodida em mil pedaços por um tiro de rifle sniper.


- Michelle, será ??? Com certeza é Michelle. Ela está me dando cobertura.

Por um dos buracos de bala na parede, pude ver 4 mutantes no viaduto, disparando em uma direção diferente de onde eu estava. Um a um são derrubados com tiros certeiros em suas cabeças. E o silêncio novamente dá lugar a um choro sútil e inocente.



Julia ainda está viva!!! Eu rapidamente corro em sua direção e seguro sua mão.

- Você está viva!!! Você não pode morrer Julia !! Eu preciso saber!! Tem tantas coisas que você tem que me dizer.

- Eu sinto muito Tyler, obrigada por tentar nos salvar...eu sinto ...muito. Por favor, encontre meu…cof cof !!! Encontre ...o meu irmão... e dê ...isso a ele, com certeza... ele fará... de tudo para...te ajudar.

Ela com muita dificuldade retira uma pulseira e coloca em minha mão.

- Não, Julia!!! Você tem que viver!!! Me perdoe não conseguir te proteger.

Eu falhei. Eu falhei com aquelas pessoas. Meus esforços não foram suficientes. Eu sou um desastre como caçador. Tudo que eu consigo pensar é o quanto minha mãe deve estar “orgulhosa” de mim. Uma tristeza tremenda envolve meu peito e meus olhos ficam lacrimejados. Eu falhei como um caçador da noite...eu falhei.

- Me diga por favor.... Qual era o nome daquela mulher que salvou você e seu irmão?? Você lembra qual era o nome dela??

- Sim.................... Seu no....me... era... Nathally.......

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